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quarta-feira, 29 de abril de 2009

XX CONGRESSO DA AMES

No dia 9 de maio se realizado o congresso da Associação Municipal dos estudantes Secundarista do Rio de Janeiro, que será CEI QUINTINO - Escola Técnica Estadual República
O congresso consiste em debater e formular as bandeiras de luta dos estudantes secundaristas do Rio, construir coletivamente as propostas de política pública de juventude e tirar os encaminhamentos para a conferência municipal de educação, onde começará o debate sobre a reformulação do PNE (Plano Nacional de Educação), documento que norteia tudo que tem haver com a educação brasileira.O congresso vai ter inúmeros debates sobre temas como: Educação, acesso a Universidade, Ensino Técnico, Sexualidade, Esporte, Cultura... Mas nem só de debate vive um congresso, também teremos intervenções culturais, oficinas, exibição de filme e eleição da nova direção.
A União da Juventude Socialista (UJS) que participa do congresso com o movimento “Agora Só Falta Você” construindo um congresso buscando ainda mais unidade do movimento nas lutas centras dos estudantes e da educação.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Por uma nova Lei de Fomento a Cultura!

Escrito por Fellipe Redó

Em fase de consulta pública até o próximo dia 6 de maio, a proposta para uma Nova de Lei de Fomento a Cultura encaminhada pelo Ministério da Cultura traz para o debate atual, a diversidade de interesses entre os diversos agentes culturais, e segmentos da sociedade que tem se manifestado tanto para manter algum privilégio (de 2003 a 2007 só 3% dos proponentes captaram 50% do volume total captado), quanto para ampliação das ações de políticas públicas, como é o caso dos Pontos de Cultura.
O conjunto do movimento estudantil encaminhado pela União Nacional dos Estudantes, as organizações sociais e redes culturais, são mais uma vez chamadas a responsabilidade para manifestarem suas opiniões e propor novos marcos ao aprimoramento do financiamento e fomento à cultura Brasileira.
Não sem razão a proposta de fortalecimento ao Fundo Nacional de Cultura – FNC vai nesse sentido. “É um grande avanço, sobretudo para os Pontos de Cultura, pois muitos estão em comunidades sem recursos, como favelas, quilombolas e aldeias indígenas. A contrapartida deles será social, a partir do trabalho já desenvolvido por eles” explica Célio Turino.
Na prática o financiamento via renuncia fiscal, modelo atualmente utilizado pela lei Rouanet, não deixará de acontecer. Porém, não será mais a única forma de financiamento como é prevista hoje. Outros parâmetros estão sendo previstos como o financiamento retornável ao fundo (participação nos lucros); quando uma parte da grana que foi investida ao projeto volta ao cofre público pra ser novamente reinvestido, o Micro-crédito; uma possibilidade em aberto para um maior incentivo a ações de pequeno orçamento e de relevância para nossa base social, e aos pequenos e médios produtores culturais, e as Parcerias Publico Privada; a qual prevê o incentivo para construção de novos espaços e centros culturais*
* A antiga sede da UNE localizada na Praia do Flamengo -132, após ser incendiada em 1 de abril de 1964 durante ditadura militar e demolida na década de 80, é um exemplo próximo para lembrarmos da existência de bens simbólicos que permanecem no imaginário da população e que precisam ser preservados. Assista ao vídeo A casa do Poder Jovem: http://videolog.uol.com.br/video.php?id=358915
Uma das críticas que acompanhamos na grande mídia diz respeito a um certo “dirigismo cultural”, que estaria contido na Nova Lei. Ora, devemos partir do principio que se a verba é pública o estado tem de saber onde, porque e como ela esta sendo investida. Isso tem menos a ver com “dirigismo cultural” e sim com maior controle na gerencia dos recursos públicos aplicados. Parâmetros mais claros quanto aos aspectos técnicos e orçamentários do projeto e principalmente o seu retorno social são necessários. Boa parte das iniciativas culturais que foram incentivadas pela lei Rouanet, cito por exemplo o Cirque du Soleil, provem de investimentos altos aos cofres públicos porém sem contrapartida social e acessibilidade ao público restrita com ingressos que variavam entre 230 a 490 reais.
A estruturação dos conselhos setoriais municipais e estaduais como estão previstos, com participação da sociedade civil em 50%, e a prerrogativa para a estruturação dos Conselhos Municipais de Cultura, são a melhor forma para aumentar a representatividade a qual evita tanto a influencia estatal quanto a privada.

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Outro fator marcante para a urgente reformulação da lei de fomento diz respeito a desigual distribuição dos recursos aplicados em cada estado. Segundo fonte do próprio MINC em 2007 as regiões Sudeste/ Sul captaram 80% do investimento, ao passo que o Centro Oeste ficou com 11%, o Nordeste com 6% e o Norte com 3% apenas.
Não deixaram ainda assim que haver reclamações, fruto da pequeneza na visão política e cultural de nossa elite, quanto a interpretação desses dados. Não uso aqui o conceito elite no sentido de classe social mas no sentido entre relação de interesses, como estas opiniões colhidas na internet; “A reforma da Lei não pode punir os produtores e artistas que fazem teatro de qualidade só porque moram no Rio ou em São Paulo. O que governo quer? Tirar os 100% de abatimento da gente e transferir para o Piauí?” e “É natural que grandes centros produzam e consumam mais cultura. Na França, 70% dos recursos da cultura são gastos apenas em Paris”.
Poderíamos assim entender se a Nova Lei não devesse justamente servir para equacionar as disparidades sociais, econômicas e culturais refletida entre os estados, fruto de modelos centralizadores a qual foi montada a moderna indústria cultural brasileira. Essa visão ainda provinciana na distribuição dos recursos merece que mecanismos como os Fundo Setoriais; das Artes, da Cidadania, da Identidade e Diversidade Cultural, da Memória e Patrimônio Cultural Brasileiro, do Livro e Leitura, do Fundo Global de Equalização, do Fundo Setorial do Audiovisual funcionem de forma a fortalecer o potencial artístico e criativo de cada região.
A questão da juventude brasileira, e dentro de um espectro mais amplo o estudante, é o momento especial da vida onde os valores, crenças, hábitos e educação estão sendo “cultivados” – do termo colere; Cultura. Arriscaria dizer ser esta a parcela da sociedade onde mais se produz, e se tivessem maiores condições, mais consumiria cultura também.
O Vale Cultura proposto pelo MINC no valor de R$ 50,00 (o governo dará 30% de renuncia fiscal, o empregador 50% e o trabalhador 20%) deve assim também estar a disposição para os bolsistas pesquisadores, estagiários e jovens do primeiro emprego a fim de obter maior acesso aos bens culturais.
Sob opinião particular do autor, ao Ministério da Cultura abrir novas cotas para incentivo via renúncia fiscal (hoje só é permitido 30% ou 100%) devemos estabelecer também novos critérios, tal como acessibilidade social, para seleção e obtenção destas cotas. Assim, os projetos culturais que forem alcançar as faixas de dedução de 80%, 90% e 100% devem isentar o jovem, caracterizado hoje entre 15 e 29 anos segundo o Plano Nacional de Juventude, no valor de 25% do preço da entrada. Esta ação afirmativa proporia um vinculo sincero a juventude brasileira, no sentido de incentiva lo a frequentar novos espaços e programação cultural, e a almejar o seu ingresso na vivencia escolar para a obtenção da meia entrada e da carteira de identificação estudantil.

Fellipe Redó
Graduando em História - UFRJ
Diretor de Cultura da UEE/RJ
Coordenador do Ponto de Cultura CUCA da UNE/RJ
felliperedo@gmail.com

domingo, 19 de abril de 2009

Vestibular e exclusão

Aloisio Teixeira
REITOR DA UFRJ
Acertou em cheio o Ministro Fernando Haddad ao colocar no centro do debate a questão do vestibular.Entendamos o ponto. Todos conhecemos as tristes estatísticas que colocam a educação superior brasileira em uma das piores colocações no ranking mundial: apenas 13% dos jovens entre 18 e 24 anos estão matriculados em instituições de ensino superior (dos quais cerca de 20%, ou seja, menos de 3% dos jovens nessa idade, em universidades públicas, que são as que, em geral, preenchem os requisitos mínimos de qualidade, fundado em práticas indissociáveis de ensino, pesquisa e extensão).Em contraste com essa dura realidade, nos países desenvolvidos (principalmente, mas não só) a educação superior vem experimentando uma expansão sem precedentes: na América do Norte, na Europa e na Ásia, vários países já alcançaram percentuais que superam os 70 por cento. Mesmo na América do Sul, a média da região é superior a 30%: mais do que o dobro do Brasil.Esse quadro não ocorre, em nosso país, por acaso. Ele é a contrapartida, no plano da educação superior, da desigualdade e da exclusão que são mácula indelével em nossa sociedade. E sua consequência direta é que a universidade torna-se, ela mesma, um instrumento de reprodução das desigualdades e da exclusão (quaisquer que sejam a origem social e/ou regional dos estudantes que a frequentam). E, o que é pior: sua permanência condena o país, em um mundo em que a velocidade do progresso científico e tecnológico acelera-se, a um futuro medíocre.Muitos ainda acreditam que o "vestibular", tal como praticado entre nós, é um "mal necessário". Mas ele é muito mais do que isso; ele é parte do mecanismo perverso de exclusão e de promoção da desigualdade, ao incentivar o desenvolvimento de uma "indústria do vestibular" em cujo centro estão os famosos "cursinhos pré-vestibulares" e da qual não são imunes as próprias universidades. E como tal deve ser enfrentado e superado.Já há uma relativa consciência da necessidade desse enfrentamento. Tanto que muitas instituições vêm construindo mecanismos alternativos e complementares: quotas raciais, sociais ou para a escola pública, utilização total ou parcial do próprio ENEM, sistemas de bônus em pontuação, avaliações paralelas na rede do ensino médio e tantas outras são alguns exemplos, uns mais eficazes, outros menos.A idéia lançada pelo MEC de um Exame Nacional do Ensino Médio, não apenas como instrumento de avaliação, mas como subsídio para o acesso às universidades federais, pode ser o ponto de partida para a revogação desse mecanismo perverso, para a democratização do acesso e para a consolidação do caráter público dessas instituições.Trata-se, e é importante destacar esse aspecto, de uma proposta em construção, que deve ser testada desde já, mas que pode ser aperfeiçoada com a experiência adquirida em sua implementação. Um ponto pode ser indicado desde já: estender a prova a todos os anos do ensino médio, de modo a que se possa utilizar não apenas o resultado de uma única bateria de exames, mas a média de três anos. Do ponto de vista didático-pedagógico, isso eliminaria as restrições que todos fazemos a um processo de avaliação de mérito em uma única rodada de provas, além de potencializar o impacto nos curricula do ensino médio; e, do ponto de vista social seria um golpe de morte na chamada "indústria do vestibular".Cabe ao MEC, nesse momento, promover, sem mais delongas, a mudança no ENEM, acrescentando à avaliação de habilidades e competências (domínio da língua culta, uso de linguagens variadas, capacidade de resolver situações-problema etc.) a avaliação dos conteúdos curriculares relativos às áreas básicas do conhecimento (língua portuguesa, matemática, ciências naturais e ciências sociais) e aplicá-lo à totalidade dos jovens que completam o ensino médio, onde quer que se encontrem, divulgando os resultados em prazos que as instituições de ensino superior possam utilizá-los.Cabe às universidades federais, no âmbito da autonomia que lhes garante a Constituição, decidir se, como e quando adotarão esse subsídio.Por certo, problemas haverá, desde a segurança em uma operação desse porte até a garantia do direito de acesso e à preservação dos avanços alcançados na distribuição regional da população universitária. Mas devemos enfrentá-los com a coragem e a determinação dos que sabem que poderão ser resolvidos. E não usá-los como pretexto para que tudo permaneça como está.

Confraternização da UJS/RJ prepara juventude para os congressos estudantis

Cerca de 100 pessoas participaram, no dia 16, do jantar de confraternização da UJS do Rio de Janeiro. O evento serviu para apresentar as próximas batalhas que a entidade travará: os congressos da UEE/RJ e da UNE.
Para o presidente da UEE/RJ, Daniel Iliescu, além dos congressos, a UJS tem à frente a luta pela ampliação de vagas nas universidades e a implementação do meio-passe na cidade do Rio, uma promessa do atual prefeito durante a campanha, como fez questão de frisar Iliescu.
Também esteve presente na celebração a presidente do PCdoB/RJ, Ana Rocha, que parabenizou a UJS pelo jantar e ressaltou que a entidade terá a importante tarefa de manter a maioria na UEE e na UNE.
O vereador do Rio, Roberto Monteiro (PCdoB), se colocou a disposição da UJS e disse que se empenhará pela aprovação do meio-passe para os estudantes universitários. O ato também contou com a presença do presidente nacional da UJS, Marcelo Gavião.
Além de agradecer a presença de todos, o presidente da UJS/RJ, Igor Bruno, informou que naquela noite a UJS obteve mais uma vitória no estado. A chapa composta pela entidade venceu a eleição do DCE da Unig, na Baixada Fluminense, com 98% dos votos.

Lula convoca a conferência de comunicação

Após longa e preocupante espera, o governo federal publicou nesta sexta-feira, dia 17, o decreto que convoca oficialmente a Conferência Nacional de Comunicação. A 1ª Confecom foi marcada para os dias 1, 2 e 3 de dezembro e merece ser comemorada pelas forças políticas e sociais que há muito lutam pela democratização dos meios de comunicação. O decreto publicado no Diário Oficial é uma primeira vitória de uma batalha que promete ser dura. Os “barões da mídia”, que exercem forte poder na sociedade, farão de tudo agora para interferir nos rumos da conferência.

A própria demora na sua convocação indica que este processo terá caráter estratégico. A idéia de um amplo e democrático debate na sociedade sobre o papel dos meios de comunicação esteve na agenda do governo Lula desde o seu primeiro mandato, mas sempre foi castrada pela oligarquia midiática e pelas vacilações e ilusões existentes no próprio Palácio do Planalto. Fruto da pressão de várias entidades, Lula anunciou a intenção de realizar a conferência durante o Fórum Social Mundial em Belém do Pará, no final de janeiro. Durante quase três meses, o tema gerou intensa guerra nos bastidores de Brasília e, finalmente, agora saiu o decreto convocando a Confecom.

A íntegra do decreto

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“O presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea "a", da Constituição, decreta:

Art. 1º. Fica convocada a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), a se realizar de 1º a 3 dezembro de 2009, em Brasília, após concluídas as etapas regionais, sob a coordenação do Ministério das Comunicações, que desenvolverá os seus trabalhos com o tema: ‘Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital’.

Art. 2º. A 1ª Confecom será presidida pelo Ministro de Estado das Comunicações, ou por quem este indicar, e terá a participação de delegados representantes da sociedade civil, eleitos em conferências estaduais e distritais, e de delegados representantes do poder público.

Parágrafo único. O Ministro de Estado das Comunicações contará com a colaboração direta dos Ministros de Estado Chefes da Secretaria-Geral e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, na coordenação dos trabalhos para a realização da Conferência.

Art. 3º. O Ministro de Estado das Comunicações constituirá, mediante portaria, comissão organizadora com vistas à elaboração do regimento interno da 1ª Confecom, composta por representantes da sociedade e do poder público.

Parágrafo único. O regimento interno de que trata o caput disporá sobre a organização e o funcionamento da 1ª Confecom nas suas etapas municipal, estadual, distrital e nacional, inclusive sobre o processo democrático de escolha de seus delegados, e será editado mediante portaria do Ministro de Estado das Comunicações.

Art. 4º. As despesas com a realização da 1ª Confecom correrão por conta dos recursos orçamentários do Ministério das Comunicações.

Art. 5º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 16 de abril de 2009, 188º da Independência e 121º da República.
Luiz Inácio Lula da Silva e Hélio Costa”.

As próximas escaramuças

O conciso decreto deixa em aberto várias questões nevrálgicas, como a composição da comissão organizadora e a própria programação da conferência. Há, porém, sinalizações preocupantes. Ele confirma o Ministério das Comunicações, que nunca se mostrou disposto a democratizar o setor, como órgão responsável pela coordenação do evento, apesar de ressaltar a “colaboração direta” da secretaria-geral e da Secom. Quanto à comissão organizadora, há fortes boatos de que ela será tripartite – com sete membros do governo, sete do empresariado e sete dos movimentos sociais –, o que pode gerar distorções num processo democrático de debate na sociedade.

Já no tocante ao conteúdo, o decreto firma apenas um temário geral: “Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital”. O empresariado do setor, que tanto relutou na convocação da conferência, deseja agora transformar o evento numa arena para discutir suas pendengas. Na dura disputa entre os barões da radiodifusão e as operadoras de telecomunicações, o capital quer apenas regulamentar o processo de convergência digital. Se depender dos barões da mídia, a democratização dos meios de comunicação nem entrará na pauta da Confecom. Daí a importância dos movimentos sociais tratarem como prioridade o evento. Do contrário, a vitória da convocação pode virar uma derrota nesta batalha estratégica pela democratização do país.


terça-feira, 7 de abril de 2009

UNE E UBES APOIAM FIM DO VESTIBULAR E COBRAM ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

A luta pelo fim do vestibular, travada pelas entidades estudantis e outras vinculadas à educação, ganhou novo impulso. UNE e UBES se opõem ao vestibular por considerá-lo elitista, uma barreira sócio econômica e injusto, posto que numa única oportunidade coloca em xeque o futuro do estudante.

Os estudantes cobram uma avaliação única que avance na instituição de um sistema nacional. O MEC planeja que o ENEM seja a prova nacional, que valerá para todas as universidades federais que aderirem, e os estudantes poderão ingressar na universidade compatível com a classificação obtida.
Embora favorável ao fim do vestibular, Lúcia Syumpf, presidente da UNE, critica a forma como o ministério vem encaminhando as discussões. "O ministro não consultou as entidades e está construindo uma proposta ouvindo apenas os reitores", diz. "Concordamos com a prova única, pois isso ajuda na constituição de um sistema nacional de educação. Na nossa visão, o palco para a construção desse debate é a Conferência Nacional de Educação", completa.

"Acabar com o vestibular é uma luta dos estudantes, pois, além de ser socialmente excludente, colocar o futuro do estudante em uma única avaliação é injusto", considera Ismael Cardoso, presidente da UBES. A liderança secundarista salienta que, aos moldes como é realizado hoje, o vestibular condiciona todo o ensino médio, que acaba voltado a fazer o aluno passar no teste. "Terminar com o vestibular não é apenas acabar com a prova, mas mexer com a estrutura do ensino médio", avalia.

Mais dinheiro para assistência estudantil

Em reunião com o ministro Fernando Haddad, a UNE e a UBES cobraram a ampliação dos recursos destinados à assistência estudantil como pressuposto para a eficácia da medida. "Cobramos mais verbas para assistência estudantil, num contexto mais amplo, para jovens de baixa renda das universidades públicas e privadas, em reunião com o ministro. Com uma prova única, a necessidade aumenta ainda mais porque muitos estudantes deverão estudar fora de seus estados de origem, exigindo ampliação de moradias, restaurantes universitários, passe estudantis", segundo Lúcia.

"É uma medida que precisa, para dar certo, de investimentos em assitência, pois um aluno poderá entrar numa universidade de outro estado e isso exigirá recursos para mantê-lo", reforça Ismael.
De São Paulo,
Fernando Borgonovi

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Sobre a crise e bruxos

Por Theófilo Rodrigues


“O Socialismo acabou !” – Pichação na Alemanha em 1989, após a queda do Muro.

“É o fim do capitalismo !” - Pichação na Inglaterra, em 2009, após a demissão de 5.000 trabalhadores.

As duas epígrafes supracitadas são exemplos de como análises conjunturais que não se baseiam nas condições objetivas da estrutura social podem ser perigosas. Tais análises, baseadas no plano ideal, em detrimento da perspectiva real, podem gerar equívocos capazes de retroceder em anos a acumulação de força dos agentes sociais.
Há 20 anos atrás, quando caía o Muro de Berlin, previsões apressadas de bruxos que se dizem analistas políticos, afirmavam que o conflito trabalho/capital havia terminado. Um desses bruxos, o estadunidense Francis Fukuyama, chegou mesmo a afirmar que havíamos alcançado o “Fim da História”, com a democracia burguesa sendo o modelo político que a partir de então vigoraria para sempre, por sua suposta “estabilidade” (1).
Hoje, 20 anos mais tarde, observamos que não só a luta dos trabalhadores por uma sociedade aonde os meios de produção sejam socializados não acabou – vide o caso da China que se fortalece a cada ano e a erupção de movimentos sociais que através do sufrágio tomam o poder na América Latina – como o muro que parece querer desabar é o de Wall Street com a recente crise econômica.

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Infelizmente, não é privilégio apenas do campo conservador a existência de bruxos que prevêem o futuro descolados das condições objetivas da sociedade. Infelizmente, a leitura equivocada de alguns companheiros da esquerda pode nos encaminhar para um rumo que traga apenas retrocesso para o processo de acumulação de forças do campo progressista. Acreditar que a recente crise econômica requer a ruptura imediata com as instituições para que a revolução aconteça é sinal de uma enorme miopia política (2).
Como nos ensina o professor Luis Fernandes “uma referência teórica importante para elucidar essa questão pode ser encontrada na introdução escrita por Engels há pouco mais de um século (em 1895) para o livro As Lutas de Classes na França de 1848 a 1850, de Marx. Ali, refletindo sobre as novas condições políticas criadas para o movimento socialista alemão com a extensão do sufrágio, ele argumenta que os trabalhadores deveriam explorar até o seu limite a legalidade democrática nos marcos do Estado burguês, de forma a lançar sobre a própria reação junker/ burguesa o ônus político da ruptura da sua própria legalidade” (3).
Conforme o método marxiano sistematizou, a compreensão do concreto, como a revolução, requer uma conjunção de diversos fatores que não podem ser considerados isoladamente. Entre tantos fatores, três em especial merecem ser citados como fatores essenciais para a possibilidade da transformação social, ou da revolução: o alto grau de desenvolvimento das forças produtivas, das relações sociais de produção e da consciência de classe (4).
Como é notório, este grau de desenvolvimento ainda não foi alcançado no Brasil, se levarmos em consideração os resquícios pré-capitalistas que ainda encontramos nas relações sociais de produção – vide os mais diversos casos de trabalho escravo descobertos pela fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego. As forças produtivas também ainda possuem muito que avançar, haja visto a distância que nos encontramos da automação. Já a consciência de classe, advinda da contradição entre os dois fatores supracitados também encontra obstáculos, como as truncadas mensagens cotidianas dos meios de comunicação hegemônicos que geram confusão e conseqüentemente a falta de unidade política da classe trabalhadora, por exemplo (5).
Afirmar a crise como fim do capitalismo é de uma infantilidade ou equívoco sem tamanho. Afirmar o fim do Consenso de Washington seria mais prudente. Processo este que já se desenhava desde as recentes eleições de países da América Latina que deram como resposta ao processo neoliberal da década de 90 a eleição de governos populares que colocaram o estado como agente central do desenvolvimento. A recente crise é apenas o coroamento do fim do neoliberalismo. O que não quer dizer fim do capitalismo.
Ao campo progressista cabe ousadia para continuar avançando dentro dos marcos legais e institucionais, com progressiva acumulação de força rumo à hegemonia, capaz de jogar o campo conservador na defensiva golpista e impopular, como nos aconselhou Engels.
Notas:

(1) - FUKUYAMA, Francis. O fim da história e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.
(2) - O cientista político Fernando Lattman Weltman afirma em seu artigo “A hora do Oculista” publicado no jornal O Globo de 14/07/2005 que o termo miopia política “equivale a manter um foco restrito a interesses imediatos, ou de curto prazo, e em que somente variáveis próximas e visíveis são relevantes”.
(3) - FERNANDES, Luis M. R. . Marxismo, Política e Emancipação. In: Princípios, São Paulo, n. 54, p. 48-52, 1999.
(4) - MARX, Karl. Para a Crítica da Economia Política. In: Os Pensadores. São Paulo, Editora Nova Cultural, 1999.
(5) - A recente Jornada Nacional de Lutas Unificada, que teve como alvo central a crise econômica é um grande passo rumo à unidade da classe trabalhadora, mas ainda é apenas o início de um possível processo nesta direção.


Theófilo Rodrigues, bacharel em ciências sociais pela PUC-Rio.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

UJS Carioca faz ato na porta do Clube Militar contra ''festa dos ditadores''

Militantes da União da Juventude Socialista do Rio de Janeiro promoveram um ato de repúdio, na porta do Clube Militar, contra o que eles chamaram de ''festa dos ditadores''. Os jovens criticaram o que os militares chamaram de comemoração pelo ''45º aniversário da revolução democrática'' e pediram a abertura dos arquivos secretos da Ditadura Militar.
Durante a manifestação, os estudantes exibiram cartazes do ex-presidente da UNE, Honestino Guimarães e exigiram que os militares “entreguem o seu corpo”, que até hoje se encontra desaparecido. Outros jovens mortos pela Ditadura Militar também foram lembrados como heróis, como Helenira Rezende, Edson Luís e Stuart Angel.
Na entrada do Clube Militar, a UJS pintou o chão de verde, simbolizando as botas e o vermelho do sangue daqueles que foram torturados e mortos. “Ditadura não tem que ser comemorada. São milhares de vítimas, centenas de desaparecidos e mortos, muita gente torturada. A gente merece pedido de desculpas” disse o presidente da UJS/RJ, Igor Bruno.
Mesmo depois de 24 anos do fim da ditadura, parece que alguns militares continuam mantendo seus poderes. Logo após a chegada da UJS, duas blazers e cerca de 20 policias militares chegaram ao local para se somarem aos policiais do exército e seguranças, que logo circundaram os jovens. Ao mesmo tempo, um pedaço da Avenida Rio Branco foi fechada para a saída daqueles que comemoravam o golpe.
No fim da tarde, os senhores começaram a sair do Clube Militar, todos chamados de terroristas, assassinos e fascistas. Alguns transeuntes se somaram a manifestação pela indignação com a “festa” dos militares.
Segundo Daniel Iliescu, que ressaltou a importância das forças militares para a garantia da soberania nacional e o desenvolvimento do país, não era possível “esquecer dos jovens que foram torturados e do incêndio da sede da UNE, primeiro ato da Ditadura Militar”.