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domingo, 1 de março de 2009

" É meia,meia,meia/ meia-mole, meia dura/ com meia-passagem ninguém me segura"


Por Geovane Barone

Era um sábado, dia 28 de fevereiro, em plena ressaca de carnaval.O lugar: Praia do Flamengo 132. Estudantes, artistas reunidos no terreirão da UNE. O nome do bloco: "Se Não Me Der Eu Tomo". Senhores da banda Universal com seus tambores e metais cantavam marchinhas e sambas inesquecíveis. Foram para a rua. Todos em frente a sede histórica. Moradores olhavam e dançavam; passantes olhavam e dançavam. Os estudantes cantavam, mexiam seus corpos, e exibia o ônibus da meia passagem, adereço construído pelos artistas do Centro Universitário de Cultura e Arte. Sim era mais uma manifestação estudantil; Sim era a UEE e a UNE; Sim era o CUCA filho do antigo CPC. A bandeira era "Meia-Passagem já!".

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A idéia floresceu no dia 14 de fevereiro quando foi lançado o "bloco da meia-passagem".O mesmo já percorreu dois universidades: a Castelo Branco e a UERJ.A banda Universal, juntamente com a UEE-RJ e o CUCA-RJ, chamavam os estudantes das universidades para assinar o abaixo-assinado da meia-passagem.Os atores circenses foram param ruas com cartazes e muita irreverência para mostrarem para as pessoas (sociedade) que circundavam o local do ato para mobilização. Carnaval, arte e reivindicação.

E o grito era claro: “O prefeito prometeu, o estudante vai cobrar: meia-passagem já!”. Estudantes pintavam a cara de verde e amarelo: "Os caras pintadas”. Estudante brasileiro é alegre, é festivo, é carnavalesco. Mesmo com todas as mazelas, dificuldades materiais... O povo samba. Exigir um direito com carnaval. Deixa a fantasia! Deixe que eles se encham de fantasias! É arte! é a mentira que pode revelar uma verdade.É teatro, é festa da carne. Quem falou que o povo brasileiro não tem "classe"? Quem falou que a universidade não tem classe? E os universitários? Será que todos têm grana para passagem? Quantas Xerox são obrigados a pagar? Direito para quem não tem direito. Direito senhor prefeito.

As entidades estudantis e o movimento cultural com isso querem dizer que mobilização se faz também com irreverência. O movimento estudantil é outro. A história é outra. Século XXI. Por isso, os métodos mudam, os estudantes mudam, os movimentos sociais mudam. Como atingir os estudantes hoje? Como politizar os despolitizados? É nessas tentativas que a gente vai experimentando a melhor forma de dialogar com aqueles que ficam pensando o seu futuro em frente ao quadro do professor e com aqueles que olham para o concreto do templo do conhecimento como a salvação.

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